Apesar do chefe de Planejamento Operacional do 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM) de Campos ter admitido, no último dia 27, que a demanda por segurança no município é superior ao número do efetivo do batalhão, o comandante da unidade garante que não falta policiamento na rua. A polêmica foi levantada após registro de oito arrombamentos em estabelecimentos comerciais da área central, durante o feriado da Semana Santa. Visando acabar com o problema entidades civis organizadas, como Conselho de Segurança Pública e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) cobraram mais patrulhamento nas ruas e algumas medidas foram traçadas, para que falha como esta não volte a acontecer. Também está marcada para o próximo dia 11, uma reu nião, onde será extraído um documento com as necessidades na área de segurança, a ser en-caminhado à secretaria de Segurança Pública.
Segundo o comandante, tenente-coronel Gilmar Barros dos Reis, todos os 18 setores de rádios patrulhas estão cobertos, como é previsto pelo Plano Geral de Policiamento (PGP). Também há ainda no policiamento de rua mais quatro viaturas Blazer, sendo duas de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo I e II) e Grupo de Ações Táticas (GAT I), além três motos-patrulhas. “Essas viaturas cobrem a área compreendida entre Travessão e Goitacazes, sendo que nestas duas localidades e Ururaí, existem policiamento próprio. Tanto não concordo com a falta de policiamento, que damos ao luxo de até de dividir os setores grandes e criar sub-setores, como foi feito com Bravo I e II e Char-lie I e II”, justificou Gilmar.
O comandante informou ainda que se não houvesse efetivo, o Batalhão não poderiam apoiar parcerias, como a que é feita com o Fórum Maria Tereza Gusmão, onde atuam 30 policiais, com o Grupo de Apoio à Promotoria (GAP), com seis PMs, e nas operações do Departamento de transporte Rodoviário. “Decerto que nosso efetivo está longe de ser o ideal para o batalhão, mas daí a falar que falta policiamento, não é verdade. Assim como todas as unidades policiais, estamos trabalhando com policiamento possível de ser efetuado”, ressaltou. Atualmente o 8º BPM tem 1.160 policiais, distribuídos em quatro municípios: 914 em Campos, 86 São João da Barra, 85 São Francisco de Itabapoana e 75 em São Fidélis. O comandante acredita que 2 mil policiais seriam o ideal para o Batalhão.
Na ocasião em que admitiu falta de efetivo, o chefe de Planejamento Operacional, major Maxwell de Araújo, citou a transferência de policias formados no batalhão para atuar nas Unidades Pacificadoras (UPPs). Entretanto, o comandante disse que dos 87 PMs que foram para o Rio, cinco já regressaram e a corporação recebeu mais 20 militares que atuavam na 3ª Companhia do Batalhão Florestal, desativado este mês em Campos.
Nova reunião para discutir medidas
No próximo dia 11, acontece na sede da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic) uma reunião com participação de comerciantes, entidades civis organizadas e autoridades. Objetivo é definir medidas que evitem furtos e roubos na cidade.
— A Polícia Militar se comprometeu em reforçar o policiamento, mas nessa reunião iremos extrair um documento com as demandas para nossa segurança e enviar ao Instituto de Segurança Pública (ISP) e ao governador Sérgio Cabral — disse Amaro Ribeiro Gomes, presidente do Conselho de segurança Pública. Entre elas está a de evitar transferência dos policiais da região às Unidades Pacificadoras (UPPs) na Capital e criação de um Cinturão de segurança.
Outra media que poderia inibir esse tipo de crime é o sistema de monitoramento de câmeras, mas na última matéria feita pela Folha, a Prefeitura de Campos ainda não tinha data para começar a funcionar.
Procurados para falar sobre o assunto Al- cemir Pascoutto, coordenador de Segurança e Ordem Pública, e Francisco Melo, da Guarda Civil Municipal não foram encontrados, por estarem en- volvidos na segurança do Campos Folia 2011.
—Já oferecemos parceria dos comerciantes à Coordenadoria de Ordem Pública para disponibilizarmos um Soft compatível com o da prefeitura para serem colocadas na parte externa dos comércios. Essas câmeras ficariam interligadas ao Centro de Gestão Integrada e evitar esse tipo de crime”, acrescentou Maria Luiza Schulz, da CDL.
Arrombamentos no feriado prolongado
Os arrombamentos — um salão de cabeleireiro, dois escritórios de contabilidade e cinco lojas — aconteceram no quarteirão compreendido entre as ruas Carlos de Lacerda, Oliveira Botelho e Teotônio Ferreira de Araújo (antiga Barão de Cotegipe). Somente em uma das lojas o prejuízo foi calculado em R$ 140. A facilidade encontrada pelos criminosos foi tanto que no salão eles usaram uma escada na parte externa para chegar até a abertura na parede onde fica o ar condicionado, até então protegido por grade de ferro..
Uma enquête feita pelo Folha Oline com a pergunta: “Você acha que oito arrombamentos a comércio, duran- te a Semana Santa, evidenciaram a falta se segurança na cidade? 89,9% dos internautas responderam que sim, 9,7% disseram que não e 0,4% ficaram na dúvida.
Para Gilmar tem que ser observado a natureza do arrombamento. “Não foi algo feito com pé de cabra e arrombou porta frontal das lojas. Eles entraram pelo telhado ou por portas da lateral onde quem passa na rua não tem visão. Então, se apro- veitaram da falta de um equi- pamento de proteção do próprio estabelecimento comercial, que seria um alarme, sensor de presença, câmera de filmagem. Os patrulheiros não têm visão do que esta acontecendo no interior da loja. Poderia passar várias patrulhas”, destacou.
fonte - http://www.fmanha.com.br/#1219359808/1304254863
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