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quinta-feira, julho 14, 2011

Policiais se irritam com diálogo de novela da TV Globo

Para PMs e guardas-civis, personagem deixa implícito que categorias são mais suscetíveis a propinas; emissora nega

 

William Cardoso - O Estado de S.Paulo
Cena do capítulo 141 da novela Insensato Coração, exibida às 21 horas pela TV Globo no último dia 29, causou polêmica entre policiais militares e guardas-civis por, supostamente, associá-los à corrupção. A revolta foi tanta que o Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (CNCG-PM/CBM) enviou carta de repúdio ao diretor presidente da Rede Globo, Roberto Irineu Marinho, pedindo que o dano fosse reparado.
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Polêmica em 'Insensto Coração'
Na novela, o delegado Rossi (Ricardo Pavão) cumpre mandado de busca e apreensão na casa do banqueiro Cortez (Herson Capri), quando é abordado pela filha dele, Paula (Tainá Müller). A personagem critica a ação policial, dizendo que eles deveriam estar "recolhendo mendigos" ou "recebendo propina de motoristas bêbados". O delegado responde que não é guarda municipal nem policial militar.
O diálogo entre os personagens da chamada "novela das nove" foi o suficiente para que policiais militares e guardas-civis se manifestassem na internet e oficialmente. "São 600 mil policiais militares em todo o Brasil. Embora seja uma obra de ficção, acaba colaborando para que se tenha uma imagem distorcida da categoria", disse o presidente do Conselho Nacional de Comandantes Gerais da PM, coronel Alvaro Batista Camilo, chefe da corporação no Estado de São Paulo. "Representantes da própria comunidade mandaram e-mail dizendo que não ficou bem."
Na carta enviada ao diretor presidente da Globo, Camilo diz que o diálogo tem "forte caráter pejorativo". Ele diz que cabe à emissora reparar a cena na própria novela "para que não paire qualquer dúvida sobre a pessoa e a imagem do policial militar brasileiro". "Até o momento, não recebi nenhuma informação de que haverá algum reparo."
Manifestação. O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Wilson de Oliveira Morais, diz que recebeu telefonemas e e-mails pedindo que a entidade se manifestasse contra as declarações do delegado Rossi. "A maioria dos policiais militares é honesta, tanto que trabalha 18, 20 horas por dia justamente para não ter de pegar propina para poder sobreviver; 85% dos policiais militares fazem bico."
Entre os guardas-civis também houve reação negativa por causa do diálogo na novela. "Assisti à cena e fiquei chateado. As corporações refletem a sociedade, mas você não pode colocar isso (corrupção) como uma prática comum a todos", diz Carlos Augusto Souza Silva, presidente do Sindguardas (entidade que representa os guardas metropolitanos de São Paulo). "Em vez de contribuir para a solução dos problemas, acaba colocando como uma verdade."
Ficção. Questionada, a Globo afirmou que a declaração do delegado Rossi diz respeito à função de ordenamento urbano exercida pelos guardas e PMs, mencionada pela personagem Paula ("recolher mendigos"), que tem como características o preconceito e a arrogância. A autoridade logo explica que não faz parte da Polícia Militar ou da Guarda Municipal, corporações que têm competência para tal função. A emissora ressalta que a atitude de Paula é imediatamente repreendida pelo irmão, um estudante de Direito.
A Globo afirma também que a novela é uma obra ficcional, amparada pela liberdade de expressão e sem compromisso algum com a realidade, "que deveria ser a verdadeira preocupação das autoridades". O Estado procurou também os autores da novela, Gilberto Braga e Ricardo Linhares, mas eles não se manifestaram até as 20 horas de ontem./ COLABOROU RENATO MACHADO
DIÁLOGO POLÊMICO
Paula
"Eu sou uma das donas dessa casa. Eu acho um absurdo chegar aqui e estar essa bagunça, essa falta de respeito. Vocês não têm mais nada para fazer, não, hein? Com tanto mendigo na rua para recolher, o que vocês fazem, hein? Só recebem propina de motorista bêbado?"
Delegado Rossi
"Acho que a senhora está confundindo um pouco as coisas. Eu não sou guarda municipal, tampouco sou policial militar, por isso mesmo vou te dar um refresco e vou fingir que não ouvi o que a senhorita acabou de dizer." 

Tópicos: São pauloVersão impressa

 

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