Uma inspeção realizada pelo
juiz da comarca de São Paulo do Potengi no Rio Grande do Norte, Peterson
Fernandes Braga, no CDP (Centro de Detenção Provisória) da cidade
(72 km de Natal),
apontou que agentes penitenciários não têm armas e usam estilingues para tentar
se proteger de detentos e intimidá-los contra tentativas de fuga.
Segundo Braga, a visita foi
realizada a pedido do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e constatou diversas
irregularidades no CDP, como superlotação e más condições de abrigar os detentos
e de trabalho dos agentes.
O magistrado informou que já
enviou o relatório ao CNJ sobre a situação do local, além de ofícios à
Corregedoria de Justiça do Rio Grande do Norte e à Administração Penitenciária,
subordinada à Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania). Nos documentos, o juiz
cobra ações imediatas no CDP.
Segundo Braga, apenas dois dos
quatro agentes que dão plantão no local possuem armas, mas elas são pessoais,
não do Estado. “Observei que o agente que estava no dia da inspeção não estava
armando e questionei o porquê de ele não usar armas no trabalho. A resposta que
ele me deu me surpreendeu: ‘Doutor, o que tenho é isto aqui’, disse, mostrando a
baladeira [conhecida como estilingue], que estava no bolso dele”, informou o
juiz.
O magistrado constatou ainda
que apenas um agente que fica no plantão de 24 horas para tomar conta de 33
detentos que estão presos no local atualmente. “É uma situação vergonhosa. Os
agentes não têm condições de trabalho, e os detentos estão em condições
desumanas. A meu ver, os presos só não fogem porque, se fugirem e forem
recapturados, perdem algumas progressões de pena quando forem
julgados.”
FONTE: Portal
UOL
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