Nove municípios do Estado do Rio de Janeiro
assinaram o termo de adesão ao Programa ‘Crack, é possível vencer’,
nesta sexta-feira (24). O objetivo é ampliar a rede de atenção à saúde e
a oferta de tratamento aos usuários de drogas e suas famílias, além de
fortalecer as atividades de prevenção, capacitação, policiamento
ostensivo de proximidade e enfrentamento ao tráfico e às organizações
criminosas. Para implementar as ações no território fluminense, o novo
aporte do governo federal chega a R$ 111,76 milhões.
Receberão investimentos do programa federal os municípios de Campos dos Goytacazes, Itaboraí, Niterói, São João de Meriti, Belford Roxo, Volta Redonda, Macaé, Magé e Petrópolis. Os recursos serão aplicados na aquisição de equipamentos de segurança pública, na melhoria dos serviços de saúde e assistência social voltados aos dependentes químicos, aumento no número de leitos em hospitais gerais, cursos para comunidade escolar e outras ações.
A iniciativa faz parte das estratégias de expansão do programa para
os municípios que possuem mais de 200 mil habitantes. A cerimônia de
adesão acontece no Palácio das Cidades, no Rio de Janeiro/RJ, e contará
com a presença da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Tereza Campello. Na oportunidade, o governo federal entregará cinco
bases móveis de videomonitoramento à Guarda Municipal do Rio de Janeiro,
que está dentre as 13 capitais que já desenvolvem ações do programa
desde o ano passado, quando formalizaram a adesão juntamente com seus
respectivos estados.
No evento, a secretária Executiva do Ministério da Saúde, Márcia Amaral, reconheceu a importância dos investimentos realizados pelo Programa Crack, é possível vencer, mas ressaltou a articulação estratégica entre os diversos órgãos envolvidos.
“O recurso financeiro é necessário, indispensável, mas é fundamental a
nossa combinação de esforços tanto no campo prevenção e repressão ao
tráfico, como no campo do cuidado, seja da assistência social seja da
saúde”.
O ato faz parte de um grande evento nacional do Programa Crack, que
aconteceu simultaneamente no Rio de Janeiro, Distrito Federal e São
Paulo. Nessas outras unidades federativas, também foram entregues bases
móveis de videomonitoramento, inaugurados serviços de saúde e assistência social e assinados termos de adesão de 15 municípios paulistas ao programa.
Para a aquisição das cinco bases móveis que foram disponibilizadas à capital, já foram investidos
quase R$ 10 milhões. A capital recebe ainda 100 câmeras de
videomonitoramento, que chegam até o final de setembro; dez viaturas,
dez motocicletas, 250 pistolas de condutividade elétrica e 750
espargidores. Além dos
recursos em equipamentos de segurança, o Programa Crack já destinou à
capital do RJ mais de R$ 860 mil em capacitação de profissionais da área
de segurança pública.
Já para o conjunto dos
nove municípios do RJ que aderiram ao programa, os investimentos do
governo federal na área de segurança pública chegam a R$ 18,3 milhões.
Para apoiar o policiamento ostensivo e de proximidade nas áreas de
concentração de uso de drogas nesses territórios, o Ministério da
Justiça (MJ), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública
(Senasp), irá entregar uma base móvel para cada um dos
nove municípios. Cada base conta com 20 câmeras, dois carros, duas
motocicletas, 50 armas de condutividade elétrica e 150 espargidores.
Junto com as nove bases móveis, cuja entrega está prevista para o
primeiro semestre de 2014, os municípios do RJ receberão, ao todo, 180
câmeras de videomonitoramento fixo, 18 viaturas, 18 motocicletas e
equipamentos de menor potencial ofensivo, que inclui 450 pistolas de
condutividade elétrica e 1.350 espargidores de pimenta. Além dos
equipamentos, haverá capacitação de 360 profissionais de segurança
pública que atuarão nessas bases e 96 policiais militares do Programa
Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).
As demais ações policiais do programa concentram-se na região de
fronteira, com o apoio da Polícia Federal. Nesse sentido, são
intensificadas as ações de inteligência e de investigação para
identificar e prender traficantes, bem como desarticular organizações
criminosas que atuam no tráfico de drogas ilícitas.
Cuidado
O Ministério da Saúde está investindo, até 2014, mais de R$ 77,3
milhões para as ações de tratamento aos dependentes químicos nos
municípios que passam a integrar o Programa Crack. Do montante, Campos dos Goytacazes
receberá investimentos em saúde na ordem de R$ 14,6 milhões, Itaboraí
R$ 15,4 milhões, Niterói R$ 9 milhões, São João de Meriti R$ 4,5
milhões, Belford Roxo R$ 6,1 milhões, Volta Redonda R$ 6,4 milhões,
Macaé R$ 7,8 milhões, Magé R$ 8,5 milhões e Petrópolis R$ 5 milhões.
Com o novo investimento, será possível criar 554 leitos para atendimento aos usuários de drogas, em especial o crack. Serão criados
oito novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS-AD) para atendimento
24 horas, cinco CAPS porte II, quatro CAPS 24 horas, dois CAPS Álcool e
Drogas e seis CAPS Infantis. Serão implantadas ainda 23 Unidades de
Acolhimento, com equipe profissional 24 horas para cuidados contínuos, sendo 12 para atendimento de adultos e 11 para crianças e adolescentes, além de oito Consultórios na Rua.
Enquanto que os CAPS-AD oferecem tratamento continuado a pessoas que
fazem uso abusivo e/ou são dependentes de álcool, crack e outras drogas,
as Unidades de Acolhimento ofertam cuidado em regime residencial por
até seis meses, realizando a estabilização do paciente e o controle da
abstinência. Já os Consultórios na Rua são disponibilizados
para os casos em que há necessidade de o serviço público ser levado até
o usuário em situação de rua, nas cenas de uso, contando com
profissionais que fazem intervenções de saúde.
Para atuação conjunta com as equipes dos
Consultórios na Rua, da Saúde, o Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS) irá priorizar o fortalecimento e ampliação das
equipes de Abordagem Social nas ruas, que trabalham na prevenção, na
identificação de usuários de drogas e no encaminhamento aos serviços do
Sistema Único de Assistência Social (Suas) e do Sistema Único de Saúde
(SUS).
No que diz respeito às ações de assistência social, os nove
municípios do Rio de Janeiro receberão, juntos, um aporte financeiro de
aproximadamente R$ 2,16 milhões até 2014, dos quais R$ 270 mil para Belford Roxo, R$ 330 mil são para Campos,
R$ 210 mil para Macaé, R$ 120 mil para Magé, R$ 120 mil para Itaboraí,
R$ 330 mil para Niterói, R$ 330 mil para São João de Meriti, R$ 240 mil
para Petrópolis e R$ 210 mil para Volta Redonda. Somente para a capital
do Rio de Janeiro, os investimentos feitos pelo MDS, desde o lançamento
do Programa Crack, somam R$ 1,8 milhão.
Os nove municípios que assinam o termo de adesão no Rio de Janeiro contam com equipamentos que ofertam serviços apoiados
pelo MDS, dentre os quais se destacam: 52 Centros de Referência de
Assistência Social (Cras), 15 Centros de Referência Especializado de
Assistência Social (Creas), 11 Centros para População em Situação de Rua
(Centros POP) e 725 vagas em Serviços de Acolhimento para População em
Situação de Rua (abrigos).
Prevenção
No eixo prevenção, o Ministério da Justiça promove, por meio da
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), ações voltadas
principalmente para a escola e a comunidade. Ao todo, serão investidos no RJ cerca de R$ 14 milhões para capacitar, até 2014, mais de 54 mil pessoas.
Os cursos abrangem 25.399 educadores, 14.514 conselheiros, 3.628
lideranças religiosas, 1.814 profissionais e voluntários de comunidades
Terapêuticas de todo Estado e 5.443 operadores do Direito (juízes,
promotores e profissionais da área psicossocial que atuam nos Juizados
Especiais Criminais, Varas da Infância e da Juventude e Ministério
Público), além de 3.628 vagas no curso Supera (sistema para detecção do
uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas: encaminhamento,
intervenção breve, reinserção social e acompanhamento).
A Senad/MJ também está investindo na capacitação permanente dos
profissionais das redes públicas de saúde e assistência social,
segurança pública, Poder Judiciário e Ministério Público, com a
implantação de Centros Regionais de Referência (CRR) em instituições
públicas de ensino superior.
Expansão
Até o momento, a política nacional de enfrentamento ao crack e outras
drogas já alcançou 29 cidades, o Distrito Federal e 17 estados:
Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais,
Acre, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná,
Ceará, São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pará e Goiás.
Dos 29
municípios que já assinaram o termo de adesão ao programa, 13 firmaram
acordo em 2012, junto com a pactuação do estado, e outras 16 assinaram
acordo este ano. A partir de agora, serão incluídos
na lista esses nove municípios do Rio de Janeiro e outros quinze em São
Paulo, cujo evento de lançamento do Programa também acontece nesta
sexta-feira, simultaneamente.
As 13 capitais que já desenvolvem ações do programa desde o ano
passado são: Maceió (AL), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre
(RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Rio Branco (AC), Campo Grande
(MS), Vitória (ES), Fortaleza (CE), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG) e
São Paulo (SP). Já os 16 municípios que passaram a integrar o programa
em 2013 são: Goiânia (GO), Anápolis (GO), Aparecida de Goiânia (GO),
Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Maringá (PR), Cascavel (PR), Ponta
Grossa (PR), Belém (PA), Ananindeua (PA), Santarém (PA), João Pessoa
(PB), Campina Grande (PB), Natal (RN), Mossoró (RN) e Parnamirim (RN).
fonte - http://www.brasil.gov.br
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