Lojistas de shopping protestavam contra operação da Prefeitura de SP.
GCM utilizou bombas de efeito moral em confronto na Rua Barão de Duprat.
Protesto realizado na manhã desta quinta-feira em SP (Foto: Robert Santos Correa de Moraes/VC no G1)Os guardas utilizaram bombas de efeito moral para dispersar o protesto na Rua Barão de Duprat. Por sua vez, os manifestantes chegaram a bloquear totalmente a Avenida Senador Queirós com pedaços de papelão e madeira incendiados. Equipes do Corpo de Bombeiros apagaram o fogo e o trânsito às 11h40 havia sido liberado. Apesar disso, havia lentidão na região.
O protesto, que contou com a participação de cerca de 400 pessoas, segundo a GCM, era contra a restrição da entrada dos lojistas feita no shopping pelo Gabinete de Segurança e pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana. O estabelecimento foi fechado novamente nesta quarta-feira (29) durante operação de combate à pirataria.
Elon Gonçalves, representante dos vendedores do Shopping Mundo Oriental, disse que os comerciantes estão cansados das operações. “Anteontem [terça-feira] vieram para fechar duas lojas e fecharam tudo. Ontem aconteceu de novo”, reclamou. Ele afirma que, assim como ele, diversos lojistas do centro comercial estão em situação regular. “Eles têm que vistoriar quem está errado. Não é justo fechar tudo por causa deles”, disse a também comerciante Cristiane Couto.
Bombeiros apagam o fogo em avenida (Foto:Glauco Araújo/G1)
Segundo o advogado Enderson Blanco Souza, que defende os comerciantes do shopping, a GCM não tinha autorização para entrar. Ele afirmou que os guardas apresentaran um decreto municipal dizendo que autorizaria a operação. “Só que esse documento só vale se eles estiverem integrando uma operação como força-tarefa, com integrantes da Receita Federal e da Polícia Federal.” O defensor acrescentou que nenhum fiscal federal e nenhum policial federal esteve na operação. “A Guarda só pode entrar em prédio particular se tiver ordem judicial, o que não é o caso desses três dias de operação."
O inspetor Marcos Ferreira, da GCM, rebate as acusações. “Temos documentação para a operação. Temos um decreto municipal que nos garante a legitimidade do trabalho de hoje. Estamos combatendo a pirataria."
Truculência
O secretário da Segurança Urbana, Edsom Ortega, nega que a GCM tenha atuado com truculência. “O que há é a reação de quem comete crime e quer continuar a cometer crime.” Em entrevista ao SPTV, ele acrescentou que a Prefeitura já havia tentado conscientizar os vendedores a respeito do comércio irregular. “Foi feito trabalho educativo e mesmo assim eles insistem em vender mercadoria contrabandeada e até roubada.”
Após o confronto, policiais militares chegaram e afastaram os manifestantes dos guardas-civis. Não há informações sobre feridos ou presos no confronto desta manhã. Com a presença da PM, a situação estava mais calma na região por volta das 11h40. Mesmo assim os comerciantes de lojas vizinhas não voltaram a abrir suas portas com medo de vandalismo.
A Prefeitura informou nesta quarta-feira que havia fechado quatro estabelecimentos durante a operação - dois na região da 25 de Março e dois na região da Avenida Paulista. E anunciou que eles permaneceriam sob rigorosa fiscalização nos próximos dias em todas as lojas e documentação.
Guardas-civis posicionados na região da Rua 25 de Março (Foto: Glauco Araújo/G1)
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