Aparelho detecta se motorista bebeu sem que ele sopre bafômetro em SP

Novo bafômetro consegue verificar rapidamente se existe álcool no ambiente. PM diz que não vai usar resultados do aparelho, que estão em teste, como prova contra o motorista.

A polícia em São Paulo começou a usar um novo tipo de bafômetro, capaz de detectar mesmo à distância se um motorista bebeu.
O novo equipamento é bem mais sensível que os modelos antigos, mas os juristas se dividem sobre sua utilização.
O aparelho está agilizando as operações de fiscalização de trânsito em São Paulo. O novo bafômetro, que foi desenvolvido no Brasil, consegue verificar rapidamente se existe álcool no ambiente. A Polícia Militar recebeu oito aparelhos que estão em teste.
“Quando eu aproximo o equipamento do condutor, só pelo fato dele falar, dele respirar, ele já faz essa captação. Ele tem essa sensibilidade pra captar o ar e afirmar se aquele condutor ele está alcoolizado ou não”, explica um tenente-comandante, Marcos Vilariça.
Para avaliar o funcionamento do equipamento, o Jornal da Globo convidou a tenente Thaís Dejane, do Comando de Policiamento de Trânsito, para fazer um teste num bar.
“Espero um dia que isso realmente produza efeito. Porque se hoje a gente lê um jornal é lamentável o número de acidentes com pessoas ao volante bêbadas”, fala o aposentado Tomas Hajnala.
Mas o uso do equipamento divide os especialistas em direito penal. “Essa prova é ilegal, é ilícita, é feita ao arrepio da lei e por isso ela não vai ser válida para provar que aquele determinado indivíduo está ou não embriagado”, explica Maurício Januzzi, da comissão de trânsito/OAB.
"Essa nova tecnologia, que poderá ser aplicada no Brasil, não tem uma natureza viciada, ou seja, ela não é ilegal. Agora, se não avisar, se avisar só depois, isso será avaliado no julgamento”, explica a procuradora do Ministério Público Federal, Luiza Nagib Eluf.
A Polícia Militar diz que não vai usar os resultados do aparelho como prova contra o motorista, mas acredita na eficiência do equipamento e deve continuar usando. “Como tem sido aprovado o aparelho, a ideia é substituir essa tecnologia mais nova por uma tecnologia eficaz, que nós já utilizamos”, diz Thaís.

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