Os guardas municipais de Viçosa participaram domingo (16) do Curso de Progressão em Favelas no bairro do Alto do 120. O treinamento teve por objetivo qualificar a corporação para situações de conflito em área de difícil acesso e incluiu ensinamentos sobre busca e captura de traficantes, prisões e abordagens com reação, resgate de reféns, entre outros.
A simulação contou com a participação de nove instrutores, entre integrantes do CTO (Centro de Treinamento de Operações Especiais) e policiais ex-integrantes da Radiopatrulha (RP) e da Força Nacional.
Segundo o comandante da Guarda Municipal José Ivanês Bezerra da Silva, a escolha do bairro Alto do 120 se deu em virtude da semelhança com bairros periféricos do Rio de Janeiro, onde as incursões se tornam ainda mais perigosas devido à dificuldade de acesso.
“Os guardas foram instruídos sobre como entrar em favelas, becos e vielas com segurança, eliminando o efeito surpresa que uma operação deste tipo sempre causa”, explicou.
Segundo o comandante, com o aumento da violência, as guardas municipais estão ampliando a área de atuação em suas cidades. “Mesmo sem o poder de polícia, só permitido às polícias Federal, Civil e Militar, são esses profissionais que, na maioria das vezes, chegam primeiro às ocorrências. Então, é importante que eles estejam preparados para dar uma resposta imediata à população e, sobretudo, garantir a sua própria integridade física e de sua equipe”, disse.
Ivanês Bezerra explica ainda que com a Proposta de Emenda Constitucional – PEC 574 que tramita no Congresso Nacional, as guardas municipais passarão a ter poder de política, que permite, entre outras coisas, o uso de arma de fogo. Daí a necessidade dos cursos de qualificação. “Vamos unificar as táticas de atuação da Guarda Municipal com as da Polícia Militar de Alagoas, para garantir profissionais mais preparados para situações de distúrbio urbano”, enfatizou.
Com esse objetivo, em setembro os guardas municipais participaram do Curso de Capacitação em Táticas Operacionais ministrado pelo Grupo de Ações Penitenciárias (GAP). Durante quatro dias eles, tiveram aulas teóricas e práticas sobre primeiros socorros, imobilização tática, defesa pessoal, manuseio de produtos químicos (gás lacrimogênio e gás de pimenta), abordagem a veículos, resgate de reféns, manuseio de armas de fogo, direitos humanos, ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), entre outros.
Até o final deste ano estão previsto mais dois cursos: um de progressão tática, com simulações de atuação em situações de conflito, resgate de reféns, e outro de sobrevivência na selva, a ser ministrado pelo Corpo de Bombeiros.
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