Blog da GCMCGRJ, destinado a mostrar as nossas ações e também para receber criticas e sugestões para cada dia melhor atender a nossa população. Guarda Civil Municipal você conhece você confia.

sexta-feira, novembro 11, 2011

PM seria morto e incriminado pelo assassinato de juíza, afirma delegado

Rio - O delegado da Polícia Federal (PF) Victor Cesar Carvalho revelou, nesta sexta-feira, que um dos 11 policiais acusados da morte da juíza Patrícia Acioli tentou armar um plano para incriminar outro PM do 7º BPM (São Gonçalo) pela morte da magistrada. Os depoimentos do caso recomeçaram nesta manhã, em Niterói, na Região Metropolitana. Segundo o delegado, os criminosos tinham como objetivo assassinar o policial e depois colocar a arma usada para matar a magistrada na cintura dele, fazendo com que ele passasse a ser suspeito do crime.
O PM que seria assassinado não foi identificado. Nesta sexta-feira oito testemunhas prestam depoimento, sendo seis de acusação. 
Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Audiência de instrução deve durar até a próxima semana | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
A audiência prevista para esta quinta foi suspensa em função do ponto facultativo decretado pelo Governo do Estado. Na última quarta-feira, o juiz Peterson Barroso Simão, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, ouviu, durante mais de 11 horas, sete testemunhas de acusação no primeiro dia das audiências de instrução e julgamento do processo sobre a morte da juíza Patrícia Acioli. Na parte da manhã, três testemunhas prestaram depoimento, e, após o intervalo para o almoço, outras quatro foram ouvidas.
A audiência desta quinta-feira foi suspensa em função do ponto facultativo decretado pelo Governo do Estado. A continuação do ato será na sexta-feira, a partir das 9 horas, quando começam a depor as testemunhas das defesas.
Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Acusado de mandar matar juíza, tenente-coronel Cláudio Luiz foi visto rindo durante o julgamento nesta quarta | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
O ex-comandante geral da Polícia Militar do Rio coronel Mario Sergio Duarte foi requisitado por ofício para prestar depoimento no dia 11. Ele foi arrolado pela defesa do coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira. A acusação desistiu de ouvir três de suas testemunhas: Fabiana Bezerra, Marcelo Tavares Silva e Paulo Roberto Souza.
O comissário de polícia da Delegacia de Homicídios José Carlos Guimarães, em depoimento que durou duas horas, ressaltou que o fato determinante para que os policiais matassem a juíza foi a prisão, em junho passado, de dois integrantes da equipe do tenente Daniel Benitez.
Ele disse que a idéia inicial dos policiais era utilizar a milícia do Rio na execução da magistrada, mas que, com o decreto da prisão, Benitez resolveu agir pessoalmente, conseguindo a adesão de Jeferson de Araújo Miranda, Sergio Costa Junior e Jovanis Falcão Junior na empreitada criminosa.  “Os demais integrantes do GAP concordaram em abrir mão de parte do espólio de guerra para aqueles que participassem da execução”, declarou.
Guimarães contou ainda que, segundo as investigações, após o assassinato, Benitez e Sergio Costa Junior, que estavam na moto, saíram calmamente do local do crime e somente se separaram próximo à Ponte Rio-Niterói. O primeiro se dirigiu ao Rio de Janeiro e o outro a São Gonçalo. O comissário informou também que tanto a toca ninja quanto a moto utilizadas pelos executores foram encontradas perto do morro São José dos Operários, nas imediações da residência do tenente Benitez.
O inspetor chefe da inteligência do setor de investigação da Delegacia de Homicídios, Ulisses Pourchet, em seu depoimento, afirmou que surpreendeu o fato de um comandante trocar, em um período de tempo muito curto, de junho a agosto de 2011, 170 telefonemas com um subordinado, no caso os acusados Claudio Oliveira e Daniel Benitez.
Foto: Lucas Figueiredo / São Gonçalo
Os policiais suspeitos de matar a juíza se apresentaram com uniformes de detentos em audiência preliminar realizada há um mês | Foto: Lucas Figueiredo / São Gonçalo
A advogada Ana Claudia Abreu Lourenzo, que é advogada do réu Sammy dos Santos Quintanilha em um processo que está em trâmite na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, disse que tinha uma relação de intimidade com a juíza Patrícia Acioli, mas que também era amiga de quase todos os policiais do GAP.  Ela afirmou que a magistrada sabia desses relacionamentos. Contou também que, nos últimos meses, “a juíza estava desesperada com as ameaças de morte”, principalmente porque elas estariam chegando à sua família.
Ana Claudia Lourenzo relatou que 15 dias antes da execução da juíza teve problemas com o tenente Benitez, ocasião em que chegou a colocar o dedo no rosto do policial, pois este teria envolvido injustamente um outro cliente dela em um auto de resistência.  A advogada disse que existem boatos de que Benitez poderia lhe tirar a vida. “Por isso hoje tenho receio dele”, declarou. Perguntada se era inimiga do tenente, afirmou: “Amigo ele não é em hipótese nenhuma.”
O cabo Marcelo Poubel, que começou a ser ouvido após as 20 horas, declarou ter convivido maritalmente com a juíza Patrícia Acioli. Em função disso, seu depoimento foi tomado como informante e não como testemunha. Ele afirmou estar em licença médica e disse que já sofreu diversas ameaças de morte, antes e depois do assassinato da magistrada. Com a voz embargada, disse que os acusados não mataram apenas uma juíza, mas também uma mãe, e uma protetora de crianças doentes e de famílias carentes. “Uma pessoa que fazia caridade”, afirmou o militar.
Os réus Cláudio Luiz Silva de Oliveira, Daniel Santos Benitez Lopez, Sérgio Costa Junior, Jovanis Falcão Junior, Jeferson de Araújo Miranda, Charles Azevedo Tavares, Alex Ribeiro Pereira, Junior Cezar de Medeiros, Carlos Adílio Maciel dos Santos, Sammy dos Santos Quintanilha e Handerson Lents Henriques da Silva compareceram à audiência realizada no plenário do Tribunal do Júri de Niterói. Segundo o juiz Peterson Barroso, os acusados não ficaram algemados no plenário em cumprimento à resolução do Conselho Nacional de Justiça. As audiências prosseguem nos dias 11, 16, 17 e 18 de novembro, sempre a partir das 9h.

fonte: http://odia.ig.com.br/portal/rio/html/2011/11/pm_seria_morto_e_incriminado_pelo_assassinato_de_juiza_afirma_delegado_205760.html

Nenhum comentário: