Imagem: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo |
Um grande
elefante branco inflável é mais uma vez o símbolo de protestos de
Policiais Federais, no Rio de Janeiro. Em frente à sede da instituição,
na Praça Mauá, dezenas de profissionais participaram de manifestação
nesta terça-feira (11) por melhores condições de trabalho,
reestruturação das carreiras e modernização dos inquéritos policiais. A
categoria ameaça fazer greve durante a Copa do Mundo, em junho, se as
reivindicações não forem atendidas pelo governo federal.
No Rio, na
terceira maior unidade da PF no país, a expectativa é que os 1,3 mil
funcionários participem da paralisação nacional que se estenderá até
quinta-feira (13), segundo o Sindicato dos Servidores do Departamento de
Polícia Federal do Rio. O presidente André Vaz de Mello, relata que os
servidores estão sem perspectivas na carreira e se sentindo
desvalorizados.
Leia também: 95% dos policiais federais afirmam que estão sendo perseguidos por terem prendido corruptos
“Estamos há
anos chamando atenção, sem atrapalhar a população e gerar caos. Mas se o
governo federal continuar dessa maneira, sem trazer nenhuma novidade,
no zero a zero, vamos parar na Copa”, anunciou Vaz de Mello. Na
avaliação dele, a paralisação das atividades durante a Copa traria mais
visibilidade à categoria, assim como o movimento dos garis no Rio, que
organizou uma greve para o período do carnaval. “Os garis escolheram o
momento certo para chamar atenção”, disse.
De acordo com o
presidente do sindicato dos servidores da Polícia Federal, a
desvalorização da categoria, além do adoecimento dos profissionais, tem
provocado abandono da carreira e pode deixar a população vulnerável,
inclusive a ações de terrorismo. “Não há um cultura de terrosismo no
país, mas com esses grandes evento, sempre é uma possibilidade”, disse
Vaz, em referência à Copa e às Olimpíadas. Segundo ele, cerca de 250
policiais deixam a carreira por ano.
Durante o
protesto de hoje, agentes, escrivães e papiloscopistas também defenderam
a modernização dos inquéritos policiais, que classificaram como
burocráticos e obsoletos, tal qual um elefante branco entre a população e
o acesso à Justiça: “Praticamente 96% dos inquéritos policiais, falando
francamente, não dão em nada”. Segundo Vaz, perde-se tempo com prazos e
com depoimentos, que podem ser alterados no curso do processo judicial.
A
reestruturação da segurança pública, com a unificação e desmilitarização
das polícias, também está entre as reivindicações dos policiais.
Projeto com essas mudanças tramita no Congresso Nacional por meio da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51/2013, do senador Lindbergh
Farias (PT-RJ). Um dos articuladores da proposta, que conta com apoio da
corporação, é o antropólogo e um dos maiores especialista em segurança
pública no país, Luiz Eduardo Soares.
Procurados pela
Agência Brasil, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal não
comentaram a paralisação da categoria nem a ameaça de fazer uma nova
greve durante a Copa.
Agência Brasil
Fonte - http://www.folhapolitica.org
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