Milhões de turistas vão circular pelas cidades-sede e os índices de criminalidade - das grandes capitais - ficam bem acima de Londres e Nova York.
A ameaça de bomba mobiliza cães farejadores, peritos e até um robô. Foi a primeira simulação no Estádio Nacional de Brasília.
O cuidado com os 12 estádios do mundial inclui também o cadastro de todos os profissionais envolvidos nas obras. Mas o terrorismo não é considerado o principal risco da nossa Copa.
A maior preocupação é a segurança nas ruas. Três milhões e setecentos mil turistas vão circular pelas cidades-sede e os índices de criminalidade - das grandes capitais - ficam bem acima de Londres e Nova York, por exemplo.
No bairro de Brent - onde fica o estádio de Wembley - aconteceram 2.051 assaltos entre julho de 2010 e junho de 2011. No mesmo período, a delegacia da região do Maracanã, no Rio, registrou 3.379 roubos e furtos. Já em Nova York, no ano passado, ocorreram 536 assassinatos e a capital paulista teve 1.196 mil homicídios.
“A logística faz parte da segurança, como as pessoas vão se locomover de forma a chegar a tempo no estádio, de forma a estarem seguras neste ambiente onde estão trafegando”, fala o especialista em segurança, Gustavo Caleffi.
O governo criou a secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, ligada ao Ministério da Justiça, para atuar de forma coordenada e finalmente cumprir a velha promessa de integrar as forças policiais.
Banco de dados, comunicação, decisões, tudo interligado. O plano é ter rapidez na resposta a uma ameaça.
O cérebro deste sistemas será o centro de controle integrado. Mas o projeto do principal, em Brasília, ainda nem foi concluído.
Será algo como esta central montada para o Pan de 2007, no Rio, para monitorar 350 câmeras da secretaria de Segurança.
Para a Copa, está em construção uma nova unidade, que também vai receber as imagens do centro de operações da prefeitura carioca.
Se um motorista for assaltado num cruzamento, ou em qualquer área coberta pelas 800 câmeras que serão instaladas na região metropolitana do Rio, as imagens recebidas no novo centro de controle vão fornecer informações que podem ser pesquisadas, como por exemplo, as placas dos carros envolvidos na ação.
A rota de fuga dos bandidos poderá ser monitorada e o alerta para os policiais responsáveis pela área deverá ser imediato.
A meta de São Paulo é ampliar o número de câmeras nas ruas. De 270 para três mil. O novo centro de controle da Polícia Militar está sendo construído com dinheiro do governo do estado.
Nas outras dez cidades-sede, os centros de comando não saíram do papel. “As equipes de tecnologia de informação da própria secretaria já verificando quais tecnologias existentes, quais as áreas existentes para que nós possamos depois conversar com os estados e tratarmos dessas questões”, diz o secretário de segurança de grandes eventos, Ricardo Botelho.
Em todo o país, a previsão de gastos é alta. Em Belo Horizonte, o repasse de R$ 4,8 milhões do governo federal ainda é esperado para equipamentos e formação de policiais. O governo de Porto Alegre planeja investir R$ 2 milhões. Mas os projetos para as novas academias de polícia não estão prontos.
Os avanços no combate à violência, que realmente acontecerem, serão uma conquista para a qualidade de vida dos brasileiros e o legado vai durar, segundo o sociólogo da Uerj, Ignácio Cano, com políticas de pacificação, como as já implantadas no Rio.
“O que significa que o velho modelo da guerra contra o crime, confronto armado não vale mais. Não dá pra organizar uma Copa do Mundo, uma Olimpíada, e dizer para as pessoas do mundo inteiro, venham aqui festejar com a gente, vamos fazer uma trégua no meio da guerra”.
fonte - http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2011/09/combate-criminalidade-das-ruas-e-prioridade-da-seguranca-na-copa.html
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